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quarta-feira, 1 de abril de 2009

Terapias complementares podem ajudar no tratamento para engravidar

Por mais alegre que seja o momento em que um casal resolve ter filhos, essa decisão, em geral, vem acompanhada de muita expectativa. Se os pais são jovens e sadios, o que se espera é que a concepção aconteça rapidamente. Porém, há casos em que o tão sonhado bebê demora a chegar, provocando muita frustração e ansiedade, sentimentos que podem diminuir as chances de sucesso dos dois. O estresse gerado por não realizar o sonho de ter um filho dentro do prazo esperado pode ameaçar a fertilidade de ambos os sexos.

Na mulher, ele pode atuar alterando a liberação de hormônios que influenciam no ciclo ovulatório e, no homem, baixando a libido e afetando a produção de espermatozóides. E mais: as substâncias secretadas no organismo feminino também podem interferir no movimento das trompas, que se tornam menos eficazes no processo de fecundação.

Uma certa dose de nervosismo durante o processo é normal, mas o casal só precisa se preocupar em casos específicos, como falamos em posts anteriores específicos sobre as dificuldades da mulher em engravidar: apenas mulheres acima dos 30 anos com mais de um ano de vida sexual ativa sem anticoncepção e as que estão acima dos 40, depois de seis meses, é que devem buscar técnicas de fertilização assistida.

Se os futuros papais não conseguem lidar com as emoções que essa fase desperta como gostariam, é recomendável procurar algum tipo de ajuda. Psicoterapia, acupuntura e medicina indiana são alguns deles. Qualquer terapia adjuvante que traga à mulher uma maior estabilidade emocional e tranqüilidade durante o processo, pode ser benéfica. A escolha deve ser da paciente, mas sempre acompanhada por um médico.

Uma das opções para lidar com os sentimentos que afligem o casal neste período é a Psicoterapia; apesar das pesquisas correlacionando fatores emocionais e infertilidade ainda não serem conclusivas, o simples fato de poder falar sobre a sua ansiedade ajuda o casal a lidar com ela. Esta técnica é indicada especialmente para aqueles que farão procedimentos de fertilização assistida, já que outras questões não resolvidas costumam aparecer nesse momento, como a dificuldade em assimilar a recepção de óvulos, sêmen ou embriões e contar ou não aos outros e à criança sobre como foi concebida.

Outra terapia que pode ser muito eficaz é a Acupuntura, que pode aumentar significativamente a possibilidade de sucesso. Uma pesquisa publicada no British Medical Journal em fevereiro do ano passado indica que mulheres que se submetem à fertilização in vitro e utilizam terapia de acupuntura no dia da transferência do óvulo, podem aumentar em até 65% suas chances de engravidar. A indicação é de que o procedimento seja feito no próprio centro cirúrgico para relaxar o útero, aumentar a vascularização e facilitar que o embrião se fixe no endométrio. Além disso, a acupuntura relaxa e acalma, fazendo com que a mulher lide melhor com seus sentimentos.

Mas não para por aí: há ainda opções naturais, como a milenar medicina indiana (Ayurveda) - por meio do uso da massagem ayurvédica, fitoterapia, aromaterapia e alimentação - o Yoga e a meditação podem equilibrar o corpo e auxiliar o bom funcionamento do sistema reprodutivo.

A alimentação saudável e a prática de atividades físicas é fundamental para atravessar toda e qualquer fase da vida, neste momento específico e delicado do casal essas práticas são ainda mais importantes. Na alimentação, por exemplo, de acordo com a medicina indiana, existem alimentos que energizam mais o tecido reprodutivo. De um modo geral, uma nutrição adequada, com alimentos mais quentes e de sabores picantes, pode ajudar a aumentar a fertilidade.


Por Dra. Maria Cecília Erthal
Ginecologista e Obstetra. Diretora-médica do Centro de Fertilidade da Rede D'Or

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