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quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tempo demais sentado eleva risco cardíaco














A vida sedentária proporcionada pelos eletrônicos leva cada vez mais indivíduos a desenvolver problemas de saúde dos mais variados. Recentemente, um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, comprovou que o hábito de ficar sentado o dia todo é um dos principais responsáveis pelo surgimento de problemas cardíacos.

Os resultados da pesquisa foram reproduzidos pelo portal Folha.com e, segundo a avaliação de quase 5.000 pessoas, as que se movimentavam mais tinham uma média de circunferência abdominal 4,1 centímetros menor do que as demais. O índice tem forte influência nos riscos de desenvolvimento de doenças vasculares, já que a gordura intra-abdominal está relacionada à probabilidade maior de desenvolver aterosclerose e aumento do colesterol.

Tempo demais sentado eleva risco cardíaco

JULIANA VINES SÃO PAULO

Levantar mais vezes, mesmo que seja para beber água ou mudar o canal da televisão, diminui o risco de desenvolver doenças cardíacas.

Dar descanso para a cadeira resulta em cintura mais fina; medida é indicador de doença cardíaca

A conclusão é de pesquisadores da Universidade de Queensland, Austrália, em estudo publicado hoje na versão on-line da revista "European Heart Journal".

Segundo a pesquisa, até quem é sedentário, mas faz várias pausas para levantar durante o dia, tem menor risco do que quem faz atividades físicas e fica longos períodos sentado.

A pesquisa acompanhou 4.757 pessoas com mais de 20 anos entre 2003 e 2006. Cada voluntário recebeu um aparelho que monitorou a atividade física durante sete dias.

Também foram medidos os níveis de quatro marcadores de risco de doença cardiovascular: a quantidade de uma proteína que sinaliza a formação de aterosclerose, os níveis de HDL (colesterol "bom"), triglicérides e a circunferência abdominal.

Quem se movimentou mais teve todos os índices melhores.

A diferença mais significativa foi na circunferência abdominal: os participantes que ficaram menos tempo sentados sem pausas tiveram, em média, 4,1 centímetros a menos de cintura do que as pessoas que ficaram paradas na mesma posição.

"Já se sabe que a atividade física moderada ou intensa reduz o risco cardiovascular. O surpreendente é que o estudo mostra que mesmo as pequenas quebras no sedentarismo já ajudam", diz Raffael Fraga, cardiologista do Incor (Instituto do Coração).

Segundo Fraga, uma das explicações é que mesmo as atividades físicas mais leves aumentam o gasto energético total diário e, consequentemente, ajudam a diminuir a circunferência abdominal.

A gordura intra-abdominal está relacionada à probabilidade maior de desenvolver aterosclerose e também ao aumento do colesterol.

"Qualquer redução na gordura abdominal já representa uma queda de risco. Quatro centímetros é uma diferença muito grande", diz o cardiologista Ricardo Pavanello, do HCor (Hospital do Coração).

O recomendado, segundo a Federação Internacional de Diabetes, é que mulheres tenham no máximo 80 cm de cintura e homens, 94 cm.

DOSES HOMEOPÁTICAS

Para o cardiologista Antonio Sergio Tebexreni, da Unifesp, a pesquisa mostra que qualquer atividade física é importante.

"É possível dividir os 30 minutos de exercícios em etapas. Se você se movimentar várias vezes durante o trabalho, já é válido."

Além de aumentar o gasto energético total, sair da cadeira e movimentar os músculos das pernas ativa a circulação sanguínea.

"Isso melhora a pressão arterial e ajuda no gasto calórico. Facilita o trabalho do coração, além de prevenir a formação de coágulos."

O cardiologista Nabil Ghorayeb, do HCor, discorda do estudo. Segundo ele, a atividade física só traz benefícios quando é realizada a longo prazo e frequentemente.

"Levantar poucas vezes não muda a vida de ninguém", diz o médico. Para ele, qualquer mudança de hábito para o sedentário faz diferença nas estatísticas, mas isso não quer dizer que o risco cardíaco vá ficar menor.

Confira a matéria na íntegra junto com um infográfico explicativo no portal Folha.com.

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